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Foto do escritorGestão Primavera - CAEQ 2021

Balanço do ato 19J e próximos passos

No sábado, dia 19/06, o país teve suas ruas tomadas pelo povo novamente. Milhares de pessoas, Brasil afora, participaram dos atos em protesto ao governo genocida de Bolsonaro e generais.

Nós, do CAEQ, fizemos parte desse importante dia no ato de Campinas, ocorrido no Largo do Rosário. Levamos nossa indignação estampada em faixas com os escritos “Abaixo o corte de Verbas! Defender a Universidade Pública e Gratuita!”, panfletos e palavras de ordem que explicitavam nossas pautas e consignas: Conversamos com a população durante a concentração do ato sobre os graves ataques sofridos pelas universidades públicas, muitas à beira do fechamento de suas portas por conta dos cortes de verbas criminosos; sobre o intenso processo de precarização e privatização do ensino superior público, fruto da implementação da EaD; sobre o genocídio praticado pelas forças policiais e paramilitares no campo e nas favelas; sobre todo o descaso do governo para com a povo, que sofre com a pobreza, o desemprego e a fome enquanto enfrenta sem vacinação a maior crise sanitária dos últimos tempos.

Durante o ato, gritamos sem parar, acompanhados sem hesitação pelos manifestantes à nossa volta, frases como “Vacina, pão, trabalho e educação! Abaixo genocidas Bolsonaro e Mourão!”, “1, 2, 3, 4, 5 mil, ou param os cortes ou paramos o Brasil!” e “É nossa, é nossa, a universidade, para servir ao povo com ciência de verdade!”. As ruas estavam cheias, desde jovens até idosos, até mais do que no ato anterior do dia 29/05. Torna-se evidente o entendimento e a defesa da população a respeito da necessidade da luta presencial mesmo neste momento.

Por mais vitorioso que tenha sido um ato bastante cheio como esse, vimos infelizmente mais uma vez o oportunismo incrustado no movimento estudantil da Unicamp: um grupo combativo e independente passou convocando todos os blocos, de organizações independentes ou não, para fechar uma segunda via da avenida pela qual o ato passava. Porém todos os partidos e movimentos eleitoreiros, preocupados com seus acordos e conciliações e não com a justa luta do povo, se recusaram a ajudar. Nós e demais manifestantes independentes nos juntamos a essa iniciativa e conseguimos fechar a avenida com nossas faixas mesmo assim. Descontentes, militantes dessas organizações, ameaçaram chamar a polícia para impedir esse fechamento, pois já haviam acordado previamente com a EMDEC qual seria a rota percorrida durante o ato. Que momentos são esses que o movimento popular deve pedir a benção do estado para lutar? Inclusive, essas organizações se juntaram para formar uma “Comissão de Segurança” para atuar no ato, mas não se tratava se uma preocupação com a segurança sanitária dos manifestantes e sim de uma atuação policialesca, para monitorar a atuação daqueles que não se conformaram com a passeata pacífica proposta.


Essas juventudes de partidos eleitoreiros deixaram claro suas reais motivações, uma vez que não assumem o compromisso com qualquer iniciativa mínima de atuação mais combativa durante as manifestações. Exclamam apenas por “Fora Bolsonaro”, utilizam os carros de som para dar palco para seus candidatos enquanto o barulho desse palavrório vazio atrapalha a voz dos manifestantes. Preocupados apenas com os seus interesses pessoais e eleitoreiros fecham os olhos para as diversas pautas concretas que estão postas. Parecem acomodados demais para perceberem que suas amadas instituições já se encontram falidas e conduzidas pelas pontas de baionetas. Atos e protestos existem para atrapalhar a ordem, para demonstrar a insatisfação e a raiva que a população sente, especialmente no nosso país, cujos frutos do descaso deste governo genocida são meio milhões de vidas ceifadas. Não é hora de carnavais e desfiles de bandeiras de partidecos eleitoreiros. O golpe militar em curso no nosso país espera vencer pela força e é pela força que ele será derrotado. O fascismo nunca foi derrotado através de eleições, e essa crença no legalismo já foi responsável por desarmar a população em mais de uma ocasião na sua luta contra o fascismo. Porém aos verdadeiros democratas e lutadores do povo é claro que para o fascismo não resta nenhum lugar que não seja a lata de lixo da história. Mais do que nunca, é essencial que as mobilizações continuem a crescer por todo país, continuemos tomando as ruas das quais nunca deveríamos ter saído, reivindicando vacina, auxílio, saúde e terra aos camponeses.

Assim, convocamos a todos a se juntarem a nós, mais uma vez, nas ruas nas manifestações do dia 03 de julho!


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